Mudanças*
“Observo em mim mesma as mudanças de
estação: eu claramente mudo com elas."
Clarice Lispector
Engraçado como inesperadamente
diversas pessoas se dizem preocupadas comigo, com o que vem acontecendo com Ana
Paula, que está “mudada”. Não que eu dispense ou desvalorize a preocupação, mas
o interessante mesmo são os "prováveis" motivos para essa minha
"mudança repentina”... Enfim, não existem motivos, mudar é viver, viver é
mudar e paradoxalmente permanecemos os mesmos, graças a nossa essência. Embora
seja leiga (porém curiosa) a respeito dessas questões de astrologia, acho mesmo
que tem a ver com alguma nova fase da lua, do meu signo, não sei (alguém me dê
um help neste sentido).
O que acho interessante são as
pessoas perceberem isso. Eu estive ciente de minhas mudanças o tempo todo. Pois
sim, em 2013 fui sim uma Ana mais pausada, mais silenciosa e meticulosa, a
Ana racional... Mas já no início de 2014 voltou a Ana ácida, mais ousada, sem
papas na língua e muito mais emocional do que racional, e aí, vem o motivo do
aumento de toda a impulsividade que me impera. Sinto necessidade de assim ser...
Para mim este é um ano decisivo. Mas não é somente a desculpa de um ano, é de
alma mesmo, ela clama por coragem para transcender...para ousar e realizar os
mais doidos sonhos, todos eles bem longe das expectativas comuns, mas isso
vamos aguardar. É chegado o tempo de divisas.
Sempre fui sanguínea, rebelde,
impulsiva e impensada ao dizer as coisas, principalmente por não ter problema
em dizer o que penso para as pessoas. Eu tinha me tornado mais desconfiada quanto a isso. Mas
volto atrás agora. Continuarei dizendo e fazendo. Sei o peso disso e de tudo
mais que me espera. Já amadureci o suficiente para saber que não dá pra ser
outra coisa que não eu mesma. Se todos nós temos máscaras e as utilizamos
acordo com nossos desígnios, pois que as usemos... Elas não se sustentam por
muito tempo, as verdades aparecem. E tenho estado cada vez mais certa de que
não adianta ter um discurso belo, uma "política" de vida bonita pra
sair apregoando por aí, quando a prática está ainda tão tão distante disso.
E finalizando essas linhas
que precisavam ser publicadas, de pronto aviso logo que não é finalidade e sim necessidade. Por
que tudo tem de ser explicado e precisa de um objetivo? Não há outro nesse
momento que não desanuviar e colocar pra
fora essa Ana maldita tão bendita pra mim, tão forte e urgente para o meu
momento. Essa Ana ousada incomoda, viu?! Eu bem sei o quanto e a quem!
Não vou mudar a cor do cabelo (já
cortei mesmo), de amizades, de temperamento. Já disse que já passei por tudo
quanto foi fase, mas agora, vem mais de dentro do que de fora, me chama e me
converte para o íntimo, me faz buscar forças nesse todo que sou. Mística,
valente, louca, estúpida. E ciente dos meus desafios intrínsecos, depois me
preocupo com os extrínsecos.
E como a pessoa inteligente que sou,
eu sempre preciso de referências. Vamos à elas:
"Não, Tempo, não zombarás de
minhas mudanças!
As pirâmides que novamente
construíste
Não me parecem novas, nem estranhas;
Apenas as mesmas com novas
vestimentas." William Shakespeare
"Não há lugar para onde correr:
as mudanças, quando precisam acontecer, sabem como nos encontrar." Ana
Jácomo
"Estas são as mudanças da alma.
Eu não acredito em envelhecimento. Eu acredito em alterar para sempre o aspecto
de alguém para a luz. Eis meu otimismo." Virginia Woolf
E brilhantemente perfeito:
"A verdade é que as primeiras
mudanças são tão lentas que mal se notam, e a gente continua se vendo por
dentro como sempre foi, mas de fora os outros reparam." Gabriel García
Marquez
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