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Mostrando postagens de fevereiro, 2011

Quase tudo sobre minha mãe

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    Minha mãe. Está aí a pessoa mais importante da minha vida. Mas não gosto de escrever sobre ela. Temo por ser piegas, sentimental demais e que faltem palavras. Prefiro passar horas a observá-la, pensar e buscar entendimento para cada ação dela. Na maioria das vezes fico muito indignada, pois que somos muito diferentes e eu como a negra ovelhinha, sempre a acho bondosa em demasia e tento trazê-la pro meu mundo, pra minhas coisas e concepções egoístas de filha. Mas, como eu já disse, minha mãe é boa demais...E também já sofreu demais, devia ser um pouquinho revoltada, amarga, rude. Mas não é, ela me contraria. Minha mãe não é nada vaidosa. Não hoje. Abriu mão de sua cabeleira, batons e unhas vermelhas, sorriso largo e roupas descoladas. Não gosta de presentes. Nem de sair. Gosta de cozinhar, apesar de reclamar e eu nem sei qual é seu prato preferido.      Minha mãe tem um sorriso lindo, tímido, calejado, porém quando brota, seu nariz perfeito se espalha suavemente no rosto. Já poss

Série:Contos Pós-modernos- VAZIO

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  Retirada de: http://www.hallnohall.com.br/      Ela já não acreditava em nada. Nem na existência de um deus, nem no ser humano, muito menos na vida. Só queria dormir e assim passaram-se vários dias de sonhos, pesadelos e anestesias. A realidade lhe doía. Já não queria viver, tinha a escolha e sabia que poucos notariam sua ausência.       Seus pais, já aposentados, viajavam o país a aproveitar a aposentadoria. Ela nem os culpava, já haviam feito tanto! Seus irmãos, bem, cada um em uma cidade vivendo suas realidades, com suas vidas construídas não tinham mais tempo para a família. Seus colegas de trabalho ficariam até felizes, alguém ficaria em seu lugar, sendo promovido e no fim, sobraria uma vaga de emprego, tão competitivo. Alberto já nem a olhava na cara, há meses nem a tocava, chegava em casa e ia logo para o escritório, para junto do computador onde só saía pelas tantas da madrugada. Alice, ela sim sentiria sua falta, mas sentiria por ser uma cadela e não haviam maiores