Um pôr- do- sol
E eu me lembro com riqueza de detalhes daquela primavera de novembro. Onde pela primeira vez desabrochei de verdade, foi quando avistei o Flamboyant como muito além de uma árvore qualquer. Fui demasiadamente eu e creia, ninguém jamais terá meu ser tão sendo como naquele tempo.
Em cada loucura que fazíamos, eu consciente do instante, tinha certeza que passaria e me agarrava ao sol, à grama, ao vento. Nunca fui tão natural, soltei os cabelos, retirei as pinturas, estava transparente, vulnerável, livre e não tinha medo.
E nos deixamos ser, numa dança mística e curta, porém intensa, cheia de cores e cheiros, ah, o cheiro...Por vezes relembro, o olfato é meu outro guardador de lembranças, teu cheiro nada convencional, o aroma da ganja jamaicana que tu consumia. Teus cabelos de arcanjo, tua flauta doce, teu doce. Tudo aquilo tão estranhamente pacífico não só me facinava, mas me fazia bem, um bem tênue, um bem único.
E quando nos jogávamos por horas, ali, a contemplar o céu e nada precisávamos dizer ou querer, era uma ligação cósmica! Ia além de qualquer compreensão, pois que dois seres visivelmente dispersos e tão complexos, diferentes em absolutamente tudo, observavam e mesmo paravam aquele lindo pôr-do-sol, tão cúmplices e agarrados um ao outro.
E foi sempre assim naquele novembro... O pôr-do-sol mais intenso, mais laranja e mais louco! Joguei meu relógio fora.
E hoje, ainda tão ligados, recordamos os momentos poéticos e lindos. Só nós ali, em meio a tanta gente- sinestesia. E o sol nos retinha num hipnotismo ufânico e extraterrestre. Não se fazem mais sóis como aqueles e já não existem tantas almas como aquela.
Ao flautista encantado. Sinto que nunca lhe dei nada, e ele me deu tanto!
Ana Paula Duarte.
Em cada loucura que fazíamos, eu consciente do instante, tinha certeza que passaria e me agarrava ao sol, à grama, ao vento. Nunca fui tão natural, soltei os cabelos, retirei as pinturas, estava transparente, vulnerável, livre e não tinha medo.
E nos deixamos ser, numa dança mística e curta, porém intensa, cheia de cores e cheiros, ah, o cheiro...Por vezes relembro, o olfato é meu outro guardador de lembranças, teu cheiro nada convencional, o aroma da ganja jamaicana que tu consumia. Teus cabelos de arcanjo, tua flauta doce, teu doce. Tudo aquilo tão estranhamente pacífico não só me facinava, mas me fazia bem, um bem tênue, um bem único.
E quando nos jogávamos por horas, ali, a contemplar o céu e nada precisávamos dizer ou querer, era uma ligação cósmica! Ia além de qualquer compreensão, pois que dois seres visivelmente dispersos e tão complexos, diferentes em absolutamente tudo, observavam e mesmo paravam aquele lindo pôr-do-sol, tão cúmplices e agarrados um ao outro.
E foi sempre assim naquele novembro... O pôr-do-sol mais intenso, mais laranja e mais louco! Joguei meu relógio fora.
E hoje, ainda tão ligados, recordamos os momentos poéticos e lindos. Só nós ali, em meio a tanta gente- sinestesia. E o sol nos retinha num hipnotismo ufânico e extraterrestre. Não se fazem mais sóis como aqueles e já não existem tantas almas como aquela.
Ao flautista encantado. Sinto que nunca lhe dei nada, e ele me deu tanto!
Ana Paula Duarte.
Comentários
e foi só um Novembro...
imagine se fosse todo o verão??
ahahaha
amo vc!!
Bom final de semana menina.
Fique com Deus, menina Ana Paula Duarte.
Um abraço.
Bons tempos aqueles, lembro-me do cheiro,da temperatura e dos sons que muito nos embalaram...só nós sabemos amiga...e ficam as boas lembranças...
Não queria te dar os parabéns hoje, mas agradecer-lhe por resgatar esses momentos tão especiais em nossas vidas !
Depois posto de verdade... shaushasuas
Me deu a sensação de ter sido um encontro com um anjo. Com momentos de pura energia.
Beijos
môdeus!
que flautista, hein?!
huuuuuuuuuuuuummmmmmmmmm...
mas, além disso, excelentes passagens no texto...
gostei muito do trecho: "Só nós ali, em meio a tanta gente- sinestesia. E o sol nos retinha num hipnotismo ufânico e extraterrestre. Não se fazem mais sóis como aqueles e já não existem tantas almas como aquela."
poetic-best. hehehe
E que bom que "a foto do sorriso" voltou, mesmo eu nao tendo vivenciado sua falta.
Poético, nostálgico, verdadeiro...Feliz em ver que vc está vivendo querida.
Bjos.